domingo, 16 de agosto de 2009

LDANEZY por Léo Arlé

Linhas seguem o princípio da ordenação exigindo mãos que relacionem, classifiquem, arrumem, construam o equilíbrio. Há silêncio e uma pausa ao pressentirmos a preciosidade de seus detalhes denunciando a sua rebeldia, rejeitando o convencional, impondo e dizendo à sua maneira o seu universo, extremo entre o fácil e o difícil será sempre o seu desafio.
Cada obra um momento, uma história.
Diante de sua obra o espectador atento interroga, participa de seu jogo lúdico, introjetado numa linha expressionista abstrata. Seus signos co-participam, tomam lugar de um vocabulário e, incansável, atinge a expressão máxima. Sua técnica refinada, mista utiliza com maestria. Na superfície entre liso e rugoso e áspero fica o estímulo ao tato. Ao exercitarmos o olhar nos deparamos com estruturas delicadas e facilmente chegamos aos símbolos-objetos-jóias. E seu último anseio é fazer de seu sonho a sua realidade.
Léo Arlé – artista plástico



quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A L DANEZY, ARTISTA PLÁSTICA

A L DANEZY, ARTISTA PLÁSTICA

Transmutaste em metal a tua dor;
Embora na doçura de uma tela
torturada em mãos de duro amor,
resgatando esta dor tão forte e dura
da velha obrigação da flor ser bela.

Transmutaste-a em pictórica escultura;
E essa matéria, hirsuta e dolorosa,
em rosa áspera, corola suja
e pura, ferro e seda com ferrugem:
a visceral, animal tatuagem.

Eliminaste da flor a olorosa,
(-leda mania de embriagar o olfato,
seduzir com figuras a imagem),
assumindo a ferrugem natural
que existe em nossa vida, seu desgaste.

Soubeste fabricar no teu metal
o que há de morte e lida em qualquer fato.
Por isso o quadro é trágico artefato
para se sentir fundo e suportar
a força e a dor de amor da concepção

_ corroída raiz como é a vida
e deve ser a arte transmitida:
corola de áspero pó e seu engaste,
pó mortal, pó tão vivo até na haste,
Pólen do férreo pó do coração.

Fernando Mendes Vianna